Abri a porta e adentrei.
O ambiente era totalmente escuro o que não me dava a menor noção da metragem ou do que iria encontrar por ali. Foi quando esbarrei na Naiara adolescente.
Em sonho, na noite anterior ao dia de (re)início do meu processo de escrita das páginas matinais, me vi em uma escola totalmente depredada e cinza, a sala de referência era ainda pior que a área externa, eu tinha por volta de 14 anos, uma funcionária da instituição mexia em meus pertences e eu ficava muito incomodada.
Ao sentar no lugar de costume, dois colegas de turma, com os quais eu tinha convívio diário não me cumprimentaram.
Por fora, eu demonstrava que estava bem e não ligava, mas por dentro eu torcia para que a situação mudasse, o medo do abandono era maior que tudo em mim.
A verdade é que eu não tinha confiança em abrir meu coração para ninguém, e na adolescência, não ter ninguém para conversar é algo absolutamente complicado, pois sentimos tanto, pensamos muito e expressamos pouco.
Passei por muitas coisas sozinha, não tinha em quem confiar, tudo ficava sendo repassado na minha mente o tempo todo, parecia que ao meu redor existiam grandes olhos me observando com lentes de aumento.
E assim fui me arrastando pela vida, pensando que a culpa por ser rejeitada quando vim ao mundo era minha.
Mas não, hoje entendo.
O mais importante é não contaminar solo novo e fértil com pragas já conhecidas em outros terrenos.
Essa se tornou minha maior obstinação, já que anseio pelo novo.

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